Depois de muita expectativa, Vital Moreira entrou na sala de conferência de imprensa do Hotel Altis acompanhado por José Sócrates e assumiu a responsabilidade pela derrota do Partido Socialista (PS). Por sua vez, José Sócrates afirmou que os portugueses confundiram as eleições e que esta não era a altura para avaliar o governo.
Vital Moreira começou por felicitar o partido vencedor e em seguida enumerou os três pontos que, a seu ver, foram fundamentais para esta derrota. O cabeça de lista do PS às europeias referiu a elevada abstenção, a elevada votação em partidos da esquerda antieuropeísta e a redução dos resultados do PS e PSD.
Apesar da derrota, Vital Moreira garantiu que o PS vai continuar a lutar por aquilo que sempre defendeu independentemente dos resultados destas eleições.
José Sócrates falou em seguida e também ele assumiu uma responsabilidade pela derrota, mas desta vez uma responsabilidade política. «Como sempre fiz, quero assumir com frontalidade e como secretário-geral do PS a responsabilidade politica por estes resultados», disse.
Para o Secretário-geral do PS e actual Primeiro-Ministro, que estas eleições foram disputadas «em condições muito difíceis para o PS» e que os resultados foram decepcionantes. Em eleições para o Parlamento Europeu o governo foi avaliado, o que não deveria ter acontecido, acrescentou.
José Sócrates afirmou ainda que os portugueses confundiram as eleições e relembrou que «estas eleições eram para o parlamento europeu e não para o governo».
Mas independentemente dos resultados das europeias, Sócrates, fiél a si mesmo, fez questão de mostrar calmamente que o partido continua unido e que os resultados desta noite tornam a tarefa do PS, para as legislativas, mais exigente e mais difícil e servem de preparação vitoriosa dessas mesmas eleições.
Daqui a poucos meses o PS volta a ser avaliado, desta vez como governo «e nessa altura falaremos», finalizou José Sócrates.
No Hotel Altis a festa não chegou a acontecer. A comitiva do PS isolou-se durante várias horas no 13º andar do hotel e quando finalmente se mostrou à comunicação social não conseguiu disfarçar o olhar de derrota.
Os apoiantes só apareceram algum tempo depois das 21hs quase despercebidamente, não fosse o facto de terem enchido as cadeiras vazias da sala de imprensa. Até essa altura o ambiente que se sentia no local podia ser comparado ao de um velório. E não melhorou muito até ao final da noite.
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O dirigente socialista Jorge Lacão acusou a direita de consentir indemnizações aos accionistas do Banco Português de Negócios (BPN), enquanto Vital Moreira optou por sublinhar a "solidão" do "número um" social-democrata às europeias, Paulo Rangel.
"Afinal quem é o xerife de Nottingham?" perguntou Jorge Lacão aos apoiantes socialistas presentes no comício do Cartaxo, depois de Paulo Rangel ter nessa tarde comparado esse xerife ao governo socialista.
Eleições Europeias
O candidato socialista ao Parlamento Europeu continua em campanha durante o fim-de-semana, com iniciativas em Lisboa, Vila Franca de Xira, Braga, Matosinhos, Porto, Gondomar e Viseu.
No sábado, às 10h00, a comitiva marca presença no Café Nilo, em Benfica, seguindo, às 11h, para uma visita ao Mercado Biológico, no Príncipe Real. O almoço é em Vila Franca de Xira. Às 18h00 realiza-se o Comício em Braga, no Pavilhão do ABC.
Domingo começa às 9h30 com uma caminhada pelo Passeio Atlântico, em Matosinhos. Às 10h00 a comitiva visita a Fundação Serralves, com uma paragem, às 11h15, na Ribeira do Porto. Às 12h00 visita à "Casa do Desenho", Fundação Júlio Resende, antes de seguir para almoço, às 13h00, em Gondomar, no restaurante Margem d'Ouro. Às 17h00 segue para um café no Rossio de Viseu. O dia termina às 21h00, com o Comício em Viseu, no Pavilhão do INATEL.
Vital Moreira ganha uma grande vantagem sobre Paulo Rangel e Nuno Melo, do CDS-PP, fica fora do Parlamento Europeu. São estas as duas principais ilações da sondagem realizada pela Intercampus para a TVI e Rádio Clube Português.
Na projecção dos resultados da sondagem, o PS atinge os 37,1%, o que lhe garante entre nove e dez deputados. O PSD fica-se pelos 32 (7 a 9 deputados), o Bloco atinge o limiar dos 10% (mais precisamente 9,9) e pode estar entre dois e três deputados. Em quarto lugar surge a CDU com 7,7 (1 ou 2 deputados) e no quinto vem, então, o CDS-PP, com apenas 3,5%, o que deixa Nuno Melo fora do Parlamento Europeu. Os outros partidos, todos juntos, deverão chegar aos 4,9%.
Sondagem INTERCAMPUS para a TVI e Rádio Clube Português, realizada entre os dias 15 e 26 de Maio de 2009, com o objectivo de conhecer a tendência de voto para as Eleições Europeias 2009.
Universo constituído pela população portuguesa, com mais de 18 anos, recenseados e residentes em Portugal Continental. Com recolha através de entrevista directa e pessoal, utilizando a técnica de voto em urna, a amostra é constituída por 992 entrevistas: 52,3% dos entrevistados do sexo Feminino, 47,7% do sexo Masculino, 13% dos entrevistados com idades entre os 18 e os 24 anos, 20,4% entre os 25 e os 34 anos, 18,1% entre os 35 e os 44 anos, 15,6% entre os 45 e os 54 anos, 15,3% entre os 55 e os 64 anos e 17,5% dos indivíduos com mais de 65 anos. Por regiões 19,1% dos entrevistados residem no Norte Litoral, 12,9% no Grande Porto, 16% no Interior, 16,2% no Centro Litoral, 27,1% na Grande Lisboa, 5,1% no Alentejo e 3,5% no Algarve. O erro de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de mais ou menos 3,11%. Nos resultados de temas sobre política nacional, e quando aplicável, é feita uma distribuição proporcional de registo de não respondentes, sem opinião e abstenção, passando a usar-se a expressão «Projecção».
«Penso que face às circunstâncias a decisão impunha-se e, porventura, foi tardia». Foi esta a reacção de Vital Moreira à demissão de Dias Loureiro do Conselho de Estado. O cabeça de lista do PS às Europeias demorou um dia a falar sobre o assunto, uma vez que preferiu esperar pela confirmação oficial por parte do Presidente da República.
Depois do silêncio na Covilhã, surgiram as declarações em Portalegre, mas com uma nuance, quando questionado sobre as condições de Vítor Constâncio à frente do Banco de Portugal. «Tenho uma coisa a dizer. Quando se trata de analisar prevaricações eu quero caçar os prevaricadores. Não me dedico a atirar sobre o polícia. No caso das prevaricações são os prevaricadores que devemos punir», disse, aludindo a eventuais falhas por parte da supervisão no caso BPN.
«Exactamente porque está a ser feito um relatório, não devemos pronunciar-nos antes dele estar concluído e antecipar os juízos que justamente o inquérito visa», vincou.
O dia de Vital Moreira começou com uma visita às instalações da Selenis, uma empresa de reciclagem de plásticos, à entrada de Portalegre, cidade onde o cabeça-de-lista do PS visitou o Centro de Formação Profissional e está a almoçar.
in TVI24
Espinho, 28 Fev (Lusa) - O secretário-geral do PS, José Sócrates, definiu hoje o cabeça de lista socialista às eleições europeias, Vital Moreira, como um "grande intelectual" e um "defensor do projecto europeu".
As palavras de José Sócrates sobre o constitucionalista da Universidade de Coimbra foram proferidas na sua segunda intervenção no congresso do PS, esta dedicada totalmente à questão das eleições europeias.
Vital Moreira, segundo Sócrates, "é um dos grandes políticos da vida pública portuguesa, grande defensor do projecto europeu e um grande intelectual, um homem de pensamento e de cultura".
"É uma das figuras da nossa universidade e que, a benefício do país, decidiu aceitar o desafio de regressar à política activa. Quero que saibam que é uma honra para o PS, que, depois de ter estado no movimento Novas Fronteiras, se junte agora a nós para este combate pelos valores europeus", declarou José Sócrates sobre Vital Moreira.
O constitucionalista da Universidade de Coimbra sucede a Maria de Lurdes Pintassilgo, João Cravinho, António Vitorino e Mário Soares como cabeça de lista do PS às eleições europeias.
A eurodeputada Ana Gomes defendeu hoje que o país precisa de um novo sistema fiscal e não apenas de uma reforma fiscal, ao intervir no XVI Congresso do PS que decorre até amanhã em Espinho.
Ana Gomes defendeu que o sistema fiscal deve obedecer a uma nova lógica e que se passe a “taxar as mais-valias do capital” e se acabem os “paraísos fiscais” como os “off-shores”, referindo expressamente o caso da Madeira.
Como meio de fazer face à crise mundial, que garante não deve ser relativizada em Portugal, Ana Gomes considera que é necessário apertar e melhorar o combate à corrupção. Nesse sentido, a eurodeputada propôs que o PS retome as propostas do antigo deputado hoje presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, João Cravinho, sobre ostentação de riqueza.
Defendendo que “é preciso não encobrir corruptos”, Ana Gomes sublinhou que é preciso combater eficazmente a corrupção para evitar abusos como tem sido, na sua opinião, o caso do “ataque político e pessoal a José Sócrates”. E garantiu que se a corrupção não for combatida e o sistema judicial não for mais eficaz “gente íntegra será enxovalhada na praça pública” e “continuará a roubalheira”.