"Compreendo bem as dificuldades de mobilização da direita, porque a direita não só não tem propostas, não só não tem programa, não só não tem liderança, não só não tem alternativa, como ainda por cima é uma direita que se tem caracterizado por não ser uma direita à altura dos tempos. É uma direita retrógada e antiquada", acusou Sócrates na parte final do seu discurso no comício do PS em Viseu.
Antes, o secretário-geral do PS tinha reivindicado para o seu Governo algumas reformas "progressistas", como a nova legislação sobre o divórcio e o combate ao aborto clandestino.
Para José Sócrates, "só uma direita antiquada é capaz de dizer que o casamento visa a procriação, que as soluções para os problemas do país deveriam ser encontradas durante seis meses em que fosse suspensa a nossa democracia".
"Compreendo bem as dificuldades de mobilização, mas a mobilização faz-se com propostas e com confiança. Aqui está o PS a cumprir o seu dever para votar nestas eleições europeias", declarou o secretário-geral do PS.
Numa intervenção que centrou na defesa do investimento público para o combate à crise e na promoção das políticas sociais, em contraponto com a oposição de direita, José Sócrates também aludiu de forma indirecta ao comício do PSD na véspera.
"Parece que há por aí quem esteja com dificuldades de mobilização para comícios. A falta de mobilização tem muito a ver com a falta de ideias, com a falta de programa e com a falta de alternativa política", apontou.
Segundo Sócrates, neste momento de campanha e na actual conjuntura de crise, "é justamente o momento que se pede aos líderes políticos não para acentuarem o negativismo ou a descrença, mas, pelo contrário, para cumprirem o seu dever de puxarem pelas energias do país e proporem soluções para os problemas".
"O dever dos líderes políticos é proporem um rumo e uma estratégia, e apelarem aos portugueses para que se empenhem na resolução dos problemas do país", acrescentou.
Antes, José Sócrates tinha afirmado: "Um pouco por todo o mundo, governos de esquerda ou de direita estão a procurar sair da crise estimulando o investimento público. Só aqui temos uma direita, uma oposição, que quer que o Estado fala menos por puro preconceito ideológico. Não aprenderam nada com esta crise", considerou o secretário-geral do PS.
Falando depois do líder do PS/Viseu, José Junqueiro, e da mandatária nacional da candidatura, a actriz Inês Medeiros, José Sócrates disse que um dos objectivos do seu Governo passa pela construção da auto-estrada entre Viseu e de Coimbra.