Responsável apoia a proibição de duplas candidaturas
"Agrada-me muito que a direcção do PS e o secretário-geral tenham reconhecido que essa era uma situação inconveniente. As pessoas têm-se afastado da política por gestos como as duplas candidaturas e pelo facto de as pessoas mais do que desempenharem funções, ocuparem cargos", disse à agência Lusa Fonseca Ferreira.
Depois de ter estado 11 anos à frente da CCDR-LVT, cargo para o qual foi nomeado, Fonseca Ferreira do PS larga agora o cargo e vai candidatar-se pela primeira vez directamente a um cargo político.
O responsável já tinha manifestado a sua posição contra as duplas candidaturas no Congresso do Partido Socialista em Fevereiro e mais recentemente na Comissão Política que aprovou a lista para as Europeias.
"Não foi dessa [nas Europeias], mas ainda bem que o Partido Socialista vai reconhecendo erros e os emenda. Isto é um bom sinal. Os cargos políticos da importância de uma câmara municipal, da Assembleia da República ou do Parlamento Europeu são missões muito importantes e portanto as pessoas ou se dedicam a uma ou a outra. E isso mostra que põem essa missão à frente da sua carreira pessoal", afirmou.
"Eu podia suspender as minhas funções na CCDR durante os 15 dias da campanha e depois - caso não fosse eleito para a Câmara de Palmela - voltava. Mas não quero que isso aconteça, porque apesar de a CCDR não ser um cargo com a importância política de um deputado da Assembleia da República, tem uma grande importância técnica. E tal como defendo que os deputados não devem acumular funções, também defendo que não devo acumular", frisou Fonseca Ferreira.
Numa reunião, sexta-feira, do secretário-geral socialista, José Sócrates, com os presidentes das federações distritais, foi determinado que os candidatos a presidentes de câmara não se devem candidatar em simultâneo a deputados na Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas à margem do Fórum Novas Fronteiras, que decorreu em Lisboa, o porta-voz do PS, João Tiago Silveira, considerou que a orientação, tomada sexta-feira entre o secretário-geral do PS, José Sócrates e os presidentes das federações socialistas, "eleva a qualidade da democracia".