Luís Amado: «O PSD está a cavar a sua sepultura como partido reformista»
Luís Amado foi um dos oradores mais críticos do comício de Leiria, depois de uma passagem da comitiva socialista por Abrantes e Torres Novas. Com o castelo como pano de fundo, o cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Leiria fez críticas tanto à esquerda, que considera ser pouco responsável, como à direita, afirmando que não querem «anular o preconceito anti-espanhol».
Em Leiria, o cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral afirmou que o país «tem uma esquerda pouco responsável porque não aceita governar, não quer o poder, não quer a responsabilidade que os votos lhe conferem». «Temos uma esquerda de ruptura, uma esquerda contra a globalização, contra a aliança atlântica, contra a nossa inserção na Europa, contra o Tratado de Lisboa, uma esquerda negativa».
Mas contra essa esquerda. Luís Amado diz que a solução é a esquerda democrática do PS, «uma esquerda que aceita que a via da transformação é uma via de reformas e não de rupturas». Referindo-se à direita, Luís Amado também não poupou críticas afirmando até que é «confrangedora a situação a que chegou o maior partido da oposição do ponto de vista do seu ímpeto reformista a que nos habituámos a ver desde Sá Carneiro».
«Sempre identificámos o PSD como um partido de ambição, um partido de modernização e de reforma, um partido que lutou também contra o isolamento do país depois do 25 de Abril. E o que vamos hoje é um partido que, na ânsia do poder procura capitalizar qualquer descontentamento contra o governo».
Para Luís Amado, se continuar assim «o PSD está a cavar a sua sepultura como partido reformista». «Se amanhã ganhar as eleições não tem força para impor nenhuma reforma nem credibilidade para levar ao fim nenhum processo de mudança na sociedade portuguesa».
Ainda pegando na questão dos espanhóis e do TGV, Luís Amado diz que as afirmações de Manuela Ferreira Leite não merecem ser esquecidas «pela gravidade do seu significado».
Para Luís Amado, uma das acções mais graves da actual direcção do PSD foi acabar com «um capital muito importante que todos os governos e todos os primeiros-ministros se empenharam em desenvolver: anular o preconceito anti-espanhol».