Orçamento Participativo em Lisboa
22 Julho 2009, 17:39 · Hugo Costa
Não sou eleitor em Lisboa. Sou eleitor e autarca no concelho de Tomar. Contudo, estudei e trabalho em Lisboa.
Muitas vezes em Tomar ouço da parte do executivo a impossibilidade da realização do Orçamento Participativo, mas em Lisboa tudo tem sido diferente. Quando uns têm medo de ouvir, outros querem escutar a população. António Costa sem medos pegou no assunto de caras e colocou cerca de 5 milhões de euros para a participação dos munícipes nas decisões da gestão pública. Uns enumeram as dificuldades de o fazer em 16 freguesias (Tomar), outros fazem com 53 (Lisboa). Sem medos e com uma direcção definida.
Foram realizadas sessões por todo o concelho para apresentar projectos. No fim uma votação democrática na internet. Desta forma os mais de 500 mil habitantes de Lisboa tiveram oportunidade de mostrar as suas prioridades.
Em Tomar argumenta-se que 43 mil eleitores são muita gente. Mas na capital do país a sensibilidade democrática e o conceito de ouvir os eleitores é mais forte. O orçamento participativo é um conceito amplo, onde todos têm condições de ouvir e ser ouvidos, existindo inúmeros exemplos pelo país e pelo mundo, nomeadamente com a cidade brasileira de Porto Alegre, caso pioneiro e mais citado internacionalmente que ajudou a trazer o PT brasileiro para os ouvidos do mundo. Em Portugal o exemplo mais estudado tem sido o de S. Brás de Alportel e agora o da capital.
A participação de todos é uma necessidade das democracias modernas. Compete aos executivos locais a capacidade de aproximar eleitores e eleitos. Por tudo isto e pelos resultados do primeiro ano demonstramos que António Costa aproximou eleitores de eleitos. Será que os vamos querer afastar os novamente?