ANÁLISE RESULTADOS ELEITORAIS: EUROPEIAS 2009
A análise dos resultados eleitorais das Europeias 2009 quer em Portugal quer no resto da Europa permite concluir a vitória clara do centro direita.
Não se compreende a manutenção no poder em vários países da UE de forças políticas conservadoras e, sobretudo, o crescimento eleitoral de partidos de extrema direita, o que não augura nada de bom para a Europa… Também não se compreende que as forças políticas de esquerda, que não têm sido capazes de oferecer uma alternativa credível, de esperança aos povos, não se empenhem para perceberem onde falharam, como corrigir e se aproximem.
Nós, Partido Socialista, temos de mostrar humildade democrática e aprender com a derrota. A escolha de Vital Moreira como cabeça de lista do PS foi acertada como o futuro irá certamente comprovar com o seu desempenho no PE. O que falhou então?
É claro que quem tem ideais de esquerda não ficou satisfeito com a derrota do PS, mas, o que temos feito para que acreditem em nós, que somos capazes de lutar por uma sociedade solidária, pela justiça social, por uma melhor distribuição da riqueza, por uma sociedade onde a política se sobreponha aos grandes interesses económicos, que puna com rigor a corrupção e o tráfico de influências. Soubemos explicar ou explicar melhor as reformas que foram feitas, a sua necessidade e objectivos?
Os resultados eleitorais evidenciam que é necessário mudança e em nosso entender:
- Mudança de política: Se é impossível e porventura nefasto fazer uma inflexão estratégica da politica em escasso período de tempo, é possível e desejável a mudança de rostos e de atitudes. Consideramos, todavia, que as várias moções sectoriais apresentadas no último Congresso abrangem a totalidade das questões mais importantes que serão decisivas nos próximos quatro anos e consequentemente, um bom ponto de partida para elaboração do Programa do Governo, daí ser urgente a convocação de uma reunião da Comissão Nacional para as discutir.
- Mudança de rostos: no futuro, na área governamental, nas pastas da Educação, Economia e Agricultura. Internamente e sendo impossível de imediato, a instituição das "primárias", uma das propostas da moção "Mudar para Mudar: Mudar o PS, para Mudar Portugal!”, propomos:
- o fim das duplas candidaturas (legislativas-autárquicas): nenhum candidato às autarquias poderá ser candidato a deputado;
- abertura às diversas sensibilidades internas, mormente à ala esquerda: participação nos documentos eleitorais e necessariamente na constituição das listas que deverão ser renovadas;
- os candidatos a deputados devem: ser do círculo onde concorrem e comprometerem-se também a responderem perante o eleitorado do círculo que os elegeu.
- Mudança de atitudes: abandonar a postura altaneira e autista. O PS deve aos militantes de base atenção e respeito, atitudes que devem ser estendidas á população em geral. Deve ser o partido-âncora da esquerda, deve lutar para unir a esquerda consequente em torno do seu projecto. Deve escolher os aliados certos para as reformas que precisam ser implementadas e que o país urgentemente necessita.
É hora de reflectir, cerrar fileiras e com lucidez preparar o futuro porque, é dos livros:
“QUANTO MAIS A LUTA AQUECE MAIS FORÇA TEM O PS”.
Manuel Oliveira
Membro da Comissão Nacional do Partido Socialista
COS Esquerda Socialista
PS.: Este texto é produto de reflexões de vários camaradas, entre eles, Jorge Bateira, Paulo Pedroso, Pedro Baptista e Rómulo Machado.
Texto enviado via e-mail, por Manuel Oliveira. Envie também o seu artigo para socialistas2009@sapo.pt .