É desagradável tomar decisões em função do que se quer evitar, em vez de decisões pela positiva, em função do que se deseja? É. Mas quando somos apanhados pela História não há volta a dar-lhe. A campanha eleitoral para as legislativas já começou e é altura de começar a definir posições. Para fazer isso começa-se pelas grandes questões, as grandes divisões, e depois avança-se para os pormenores. A grande questão, a que esmaga, é esta: tremo só de pensar em ter esta pessoa como primeira-ministra. No plano económico e do trabalho ela não fará nada de substancialmente diferente do actual governo. Se o fizer, será num sentido mais neo-liberal. E no plano da democracia, da cidadania, dos direitos, seriam quatro anos de retrocesso e de rolha. Regresso desta cavaquista ex-ministra da educação e ex-ministra das finanças? Nem pensar. Essa é a grande questão.