Candidatura do PS a Santiago do Cacém.
Arnaldo Frade, nome escolhido pelo Partido Socialista para a presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, apresentou as linhas gerais do seu programa para o município.
Com a casa completamente cheia, o candidato socialista antes de enunciar as suas principais ideias, acusou a CDU, de gerir o município há mais de 30 anos com base num modelo de desenvolvimento que é o principal responsável pela existência de localidades “com infra-estruturas básicas por concluir, pelo aumento das assimetrias entre freguesias, pela morosidade na criação de oportunidades de habitação, pela passividade com que assiste à degradação, nomeadamente de centros culturais e ainda pela forma sectária como administra os meios de comunicação da autarquia”.
A pesada herança deixada pela gestão comunista de mais de três décadas, arrasta consigo, entre outras maleitas, referiu ainda o candidato do PS, despesas correntes superiores às receitas, despesas de capital inferiores às receitas de capital, endividamento de médio e de longo prazo superior a 11 milhões de euros, sendo o de curto prazo, nomeadamente a fornecedores, superior a quatro milhões de euros.
Um caos que importa corrigir o mais rápido possível, apostando na candidatura socialista, a única, sublinhou Arnaldo Frade, que mostra ser capaz de inverter este cenário através de um programa que aponta para a construção de um município com uma base económica diversificada, mais competitivo, amigo do investimento e criador de mais oportunidades de emprego.
Um projecto, acentuou ainda o candidato do PS, que pretende ir cada vez mais longe no apoio às políticas socialmente mais solidárias, designadamente aquelas que privilegiam a intervenção municipal no âmbito das modernas políticas sociais, contribuindo, assim também, para baixar o êxodo da população e criando condições mais favoráveis para a sua fixação no território municipal.
Por outro lado, frisou ainda Arnaldo Frade, os responsáveis autárquicos jamais se poderão esquecer que a Câmara Municipal, é, antes de mais, a principal entidade responsável pela gestão e por ajudar a desenvolver um território com cerca de 1058 quilómetros quadrados, habitados por 31 mil pessoas empalhadas por 11 freguesias.
Apesar de estarmos a passar por um período financeiro interno conturbado, disse ainda o candidato do PS, as populações têm já consciência que só o programa socialista, “ao contrário do da CDU”, será capaz e tem as virtualidades suficientes para apontar para o futuro e romper “com este actual estado de coisas”.
Nas próximas eleições autárquicas, o que está em causa, disse, “é escolher que tipo de município queremos para o futuro”, ou seja, “se queremos apostar num novo modelo de desenvolvimento para o concelho, construindo o futuro de forma participada”, ou, pelo contrário, “queremos manter o actual modelo falido da responsabilidade da CDU”.
Modelo que, sublinhou, se tem baseado no pagamento tardio dos seus compromissos financeiros, no aumento exponencial da dívida, na passividade face à desqualificação urbanística, na recusa sistemática em ajudar os desempregados, e ainda por apostar num tipo de governação autárquica que assenta no protesto, assumindo sempre os interesses do partido que suporta a actual maioria camarária em detrimento da conveniência da população, e utilizando a Câmara Municipal como arma privilegiada de contestação ao poder central”.
Para o candidato socialista, a continuar este modelo de gestão autárquica, preconizado pelos responsáveis comunistas, Santiago do Cacém arrisca a tornar-se subitamente “uma ilha em torno da qual o desenvolvimento acontece”.
Pelo contrário, o modelo defendido pelo PS aponta para que o município ocupe uma posição nuclear no contexto do desenvolvimento do Alentejo litoral em sintonia com a posição relativa das suas potencialidades, o que passa, por exemplo, por levar em consideração “a situação financeira da autarquia”, contando com o apoio nomeadamente do QREN, do PROT e da revisão em curso do PDM e ainda do Plano Estratégico para o Litoral alentejano.
Para além do candidato do Partido Socialista, usaram ainda da palavra o presidente da Federação de Setúbal, Vítor Ramalho, que fez referência à necessidade de substituir a gestão da CDU no distrito “por uma gestão do PS”, e Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, em representação da direcção nacional do partido. Na sua intervenção referiu-se ao poder local democrático e à sua influência na melhoria da qualidade de vida das populações, frisando, entre outros aspectos, o salto qualitativo ao nível das acessibilidades, sublinhando que neste particular os grandes beneficiários têm sido em primeiro lugar as próprias autarquias.